segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

FHC fala a respeito da descriminalização...

Quem acha que as coisas não podem mudar...

Três ex-presidentes Latino Americanos se reunem e todos são unanimes quanto a necessidade da descriminalização..

http://www.youtube.com/watch?v=eoBOIsN8rKE

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,ERT26753-15228-26753-3934,00.html

Muito Bom!

Marcha no Forum Social Mundial 2009

Ola!
O coletivo de Joao Pessoa esteve presente em Belem , durante o FSM 2009 oportunidade que nos deu para entrar em contato com os outros coletivos espalhados pelo Brasil.

O movimento se reuniu no sabado 31 para a realização de uma ofinica ´´como fazer a marcha na sua cidade`` bem como para a realização da marcha propriamente dita dentro do Forum, no campus da UFRA, mesmo espaço onde se deram outras manifestações sociais, tendo assim um bom foco de visibilidade, a marcha da maconha ganhou capa nos principais jornais do estado do Pará.

A marcha lá foi especial(vide os videos no youtube), esperamos que tudo ocorra em paz e que este ano possamos em nossa cidade exercer nosso pensamento lirvremente como no FSM.

Vídeos no YouTube

* http://www.youtube.com/watch?v=h77jNw0ditA
* http://www.youtube.com/watch?v=LuB6zkcmrSo
* http://www.youtube.com/watch?v=vEesvojEPIY
* http://www.youtube.com/watch?v=oEQMgP1Ylok
* http://www.youtube.com/watch?v=IKX06WYhNSE
* http://www.youtube.com/watch?v=I7dEzkRxcEU
* http://www.youtube.com/watch?v=Zpus0yDDYe0
* http://www.youtube.com/watch?v=TAV_qG6mlNY


http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,M...14-5601,00.html

http://www.diariodopara.com.br/noticiafull.php?idnot=27950

http://www.youtube.com/watch?gl=BR&hl=...p;v=TAV_qG6mlNY

http://noticias.terra.com.br/brasil/intern...EI12992,00.html

http://noticias.uol.com.br/politica/2009/0...lt5773u485.jhtm

http://www.uff.br/obsjovem/mambo/index.php...09&Itemid=9

http://www.marchadamaconha.org/blog/forum-social-mundial_420

Ps. vale contar que um grupo disciedente que propos continuar a marcha nas ruas cruzou com a comitiva do ministro da justiça Tarso Genro que por ali passava para uma mesa redonda..tudo em paz!

ps2. Quem ficou no acampamento viu que trash estava em belem! organização do Forum 2009 nota 0 !!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Voltando às drogas

por Rubens Nóbrega

Antes que um aventureiro lance mão e tente, de má fé, distorcer o pensamento do promotor de Justiça Valério Bronzeado, é bom deixar claro que ele não é, em absoluto defensor do uso de qualquer droga.
É bom deixar claro, mesmo o que parece óbvio. Há sempre uma alma sebosa a espreita, esperando a primeira chance para queimar o filme de quem não segue o figurino estabelecido.
No caso do Doutor Bronzeado, baseado em cabe o esclarecimento porque fiz coluna semana passada baseado em proposta dele de um debate nacional sobre a melhor estratégia de combater “o mal gravíssimo das drogas”.
Umas poucas reações mostraram que ainda causa certa confusão quando uma autoridade se manifesta diferentemente do comum de seus pares e foge ao conservadorismo com que a maioria trata o problema.
E olha que o debate proposto pelo promotor antecederia, para servir de subsídio, qualquer mudança na lei ou adoção de medidas para descriminalizar inteiramente o consumo das drogas.
A idéia de Valério Bronzeado é, portanto, da mais clarividente parcimônia. E para não ter nenhuma dúvida quanto ao que o homem pensa e sugere, reproduzo a mensagem que enviou ontem ao colunista sobre o assunto.pressão

Diz aí, Doutor

Sou radicalmente contrário ao uso de qualquer tipo de entorpecente e ainda contrário ao alcoolismo e ao tabagismo. Tenho procurado combater esse mal de todas as formas.
Deus nos deu o dom da vida para que usufruíssemos dele tal qual nos foi legado. É imanente a qualquer ser vivo e principalmente ao ser humano priorizar a conservação de suas funções orgânicas, físicas e mentais.
Por conseguinte, somente uma minoria de insensatos e inconseqüentes é que se entrega a toxicofilia e vícios ruinosos como o alcoolismo, que agridem o organismo, aniquilam valores de convivência social, abatem o ego e impedem a realização pessoal.
Em face da tragédia nacional decorrente do tráfico ilícito de drogas, defendo um debate nacional sobre a melhor estratégia a se combater o mal gravíssimo das drogas.

Pergunta ele
  1. Quanto a sociedade gasta atualmente na prevenção ao consumo de entorpecentes?
  2. Quanto a sociedade gasta atualmente na repressão aos entorpecentes e quanto gastaria para ter um aparato de repressão ideal para esse fim?
  3. Quanto a sociedade gasta na manutenção de prisioneiros decorrente do comércio e do consumo de drogas?
  4. Quantos policiais foram assassinados em razão ao combate ao tráfico de drogas?
  5. Quantas chacinas ocorreram e quantas pessoas foram mortas (sobretudo jovens) em decorrência do comércio de drogas e acertos de conta?
  6. Quantas pessoas ficaram alienadas (loucas) ou foram mortas em decorrência do consumo exagerado de drogas?
  7. Quanto a sociedade gasta na internação e recuperação de drogadictos?
  8. Qual a movimentação financeira do tráfico ilícito de entorpecentes?
  9. Qual a estimativa de consumo anual de entorpecentes?

Duas respostas

Os números e dados variam uma enormidade, mas baseado em referências confiáveis, dá para responder pelo menos as duas últimas perguntas do promotor.
Levantamentos realizados por organizações internacionais apontam para um movimento financeiro de até 500 bilhões de dólares no chamado narcocomércio.
Quanto ao consumo, é mais fácil estimar os consumidores: apenas 0,6% da população mundial entre 15 e 64 anos é consumidora de maconha, crack, haxixe, Skank (super maconha cultivada em laboratório), coca e anfetaminas.
Já os consumidores de cigarro somam 1,2 bilhão e de bebida alcoólica, 2 bilhões.

Minha Posição

Quem defende a descriminalização já é o colunista. Mas ainda: entendo que o próprio Estado brasileiro deveria assumir o controle tanto da produção como da comercialização das drogas, todas as drogas, inclusive para evitar as adulterações que tanto matam por over dose.
No dia em que o Estado pegar esse pião na unha vai ferir de morte o tráfico de drogas e armas que se alimenta justamente da criminalização, da violência e da corrupção de quem deveria combate-los.

A propósito

Fonte a mais qualificada e da mais alta credibilidade passou à coluna informações segundo as quais morrem em torno de dois adolescentes por mês em João Pessoa durante o cumprimento de medida judicial de liberdade assistida.
Lembrando o seguinte: enquanto cumpre a medida sócio-educativa, o jovem é mantido livre no seu meio de origem, mas sob acompanhamento.
Agosto de 2007 foi o mês do ano passado que registrou o maior número de baixas. Quatro jovens sob o regime de liberdade assistidas foram assassinados na Capital. Precisa dizer por quê?

Fonte: Jornal Correio da Paraíba, 28 de abril de 2008.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

MARCHA DA MACONHA 2009 - VENHA VOCÊ TAMBÉM

Baseado em fatos

por Rubens Nóbrega

A anunciada Marcha da Maconha prevista para acontecer a 4 de maio em João Pessoa, dá chão para muitas e variadas reações do público e de figuras públicas, algumas da mais inescondível hipocrisia, do mais legítimo falso moralismo.
Não fosse o Caso Isabella, reforçado pela calamidade das chuvas, da dengue e do governo que temos na Paraíba, a Marcha da Maconha daria mais. Daria margem a uma discussão séria sobre a descriminalização das drogas, por exemplo.
Mesmo assim, mesmo estreita a margem, o que não dá é deixar passar a oportunidade para evidenciar uma certeza: a repressão e a proibição de determinadas drogas não resolvem, têm se revelado absolutamente inúteis.
A criminalização vigente, por seu turno, além de discriminante (não alcança cigarro nem bebida alcoólica), é ótima para enriquecer traficantes de drogas e armas, corromper policiais, aniquilar vidas e o patrimônio de milhões de pessoas.
Diante de fatos assim tão reais, sou a favor da descriminalização e liberação do consumo de drogas a controle do Estado, com fiscalização social, técnica, por conselhos formados por médicos, juristas e instituições de ensino e pesquisa.
Agora, tem o seguinte: qualquer mudança na Lei, na direção aqui exposta há que ser precedida de um amplo debate envolvendo governo e sociedade, por todos os seus poderes, instituições e segmentos representativos.

A idéia do promotor

Subsidiando tal debate, adote-se e aplique-se a proposta do Doutor Valério Bronzeado, promotor de Justiça da Paraíba, um dos melhores quadros no Ministério Público Estadual.
Ele sugere que se faça um “um estudo científico com coletas de dados sobre os danos gerados pelo narcotráfico para aferir se liberando as drogas o combate dessas substâncias será socialmente menos ruinoso”.
O Doutor Promotor lembra que “ao se criminalizar as drogas, semelhante ao ocorrido em Chicago durante a Lei Seca, criou-se um fato social devastador, monstruoso, um verdadeiro bicho-de-sete-cabeças, que encontra nas perversas condições sociais um terreno fértil: o tráfico ilícito de entorpecentes”.
Ele suspeita que a criminalização das drogas “fez o tiro sair pela culatra, devido ao aumento significativo da criminalidade violenta em razão do narcotráfico”.
Daí por que, sustenta, seria necessária “uma comparação científica entre as conseqüências sociais ruinosas do comércio ilícito de drogas com os malefícios gerados pelo consumo isoladamente dessas substâncias”.

Objetivos anulados

O promotor acredita ainda que os objetivos da proibição dos entorpecentes, “ou seja, a proteção da saúde pública e da paz social foram anulados e atropelados pelos fatos criminais devastadores(corrupção, chacinas, gastos com repressão e presídios, tráfico de armas, formação de quadrilha, narco-guerrilha etc.) gerados pelo tráfico”.
Um estudo como o sugerido concluirá, acredito, que seria mais proveitoso social e economicamente adotarmos a descriminalização. Fora isso, é continuar enfrentando “perdas humanas, acerto de contas, assassinatos de jovens, policiais etc.”, tão comuns no mundo do narcotráfico.
Além disso, como diz bronzeado, talvez seja mais fácil “lutar contra o consumo e o vício e tratar de eventuais viciados com medidas propedêuticas, prevenção, redução de danos e internação hospitalar do que lutar contra o vício mais as atividades criminosas, penalização do consumidor e encarceramento de milhares de traficantes”.

Careta total

Quero deixar claro que sou careta, dei uns dois tapas na vida e só. Mas o que li e leio, ouvi e ouço, vi e vejo é o suficiente para acompanhar muita gente boa que defendem pra ontem a descriminalização das drogas.
Entre outras excelentes companhias posso citar o saudoso jurista Evandro Lins e Silva, o cientista político Hélio Jaguaribe, Dom Eusébio Oscar Scheid (arcebispo católico do Rio) e o pediatra e professor Antônio Albernaz.
Lembrando, por fim e em termos bem prosaicos, que uma das idéias do amplo contingente que advoga é viabilizar a produção por laboratórios estatais ou credenciados pelo governo e a comercialização através de farmácias especificas.
A droga poderia ser vendida qual remédio de uso contínuo e controlado e somente para maior de 18 anos devidamente cadastrado junto aos órgãos competentes.
A partir da compra, o usuário que partilhasse ou revendesse sua droga seria penalizado com a cassação do seu passe, de sua licença para adquirir o produto e ainda seria internado e tratado na marra pelo Estado.”

Fonte: Jornal Correio da Paraíba, 24 de abril de 2008.