sábado, 31 de julho de 2010

CANDIDATO A PRESIDENCIA DA REPÚBLICA PLINIO SAMPAIO QUER LEGALIZAR A MACONHA


O candidato do Psol à presidência da República, Plínio de Arruda Sampaio, afirmou nesta terça-feira (27), em sabatina da Rede Recordque, se eleito, irá permitir a "indústria da maconha" no País. Segundo ele, o fato de algumas drogas serem consideradas ilegais alimenta o crime organizado. O candidato defendeu a legalização de drogas "culturais" como a maconha e o chá usado no ritual religioso do Santo Daime. Mas, segundo ele a questão ainda será discutida no Psol.
Questionado sobre o casamento gay, Plínio, que é católico, defendeu a separação entre a união civil e religiosa. Ele disse ser favorável ao casamento civil entre duas pessoas do mesmo sexo. "O quadro pode ser regulamentado pela lei civil. É um casamento civil legítimo", explicou. "Essas pessoas têm uma vida comum, têm gastos, constroem um patrimônio".
Sobre o aborto, o candidato do PSOL disse que como chefe de governo deve fazer uma "política de Estado". Para ele, o aborto é uma questão social grave. "Quero legalizar o aborto. A mulher vai em um juiz da família e é ouvida em audiência para saber se ela não está sendo pressionada ou se não tem a consciência".
Plínio afirmou ainda que pretende elevar o salário mínimo até R$ 2 mil. Segundo Plínio, este é o valor estabelecido pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) como mínimo necessário.
Além dessa meta de governo, o candidato do Psol também defendeu a redução da jornada de trabalho. "Se você dobrar a força de trabalho pode diminuir a jornada das pessoas que já estão trabalhando. É uma questão de qualidade de vida", acredita. "Se nós temos uma grande parte da força de trabalho sem ocupação, por que o trabalhador tem que trabalhar oito horas por dia?", questionou.

Marcha da Maconha em Natal


***********
***********
**********

Centenas de pessoas se reuniram na tarde desta sexta-feira (30) em Natal para pedir a legalização da maconha. Em passeata batizada como Marcha da Maconha, os manifestantes percorreram um trecho de cerca de um quilômetro dentro do campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde ocorre, nesta semana, a reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). (Foto: Iberê Thenório/G1)
Mais de 500 pessoas marcaram presença na Marcha da Maconha do Rio Grande do Norte, na tarde desta sexta-feira (30). A movimentação ocorreu com tranquilidade no Campus da UFRN e seguiu em marcha por todo o campus, com encerramento em frente a reitoria. De acordo com os organizadores, o evento teve como objetivo chamar a atenção da sociedade para a questão da descriminalização da maconha.

O protesto vem sendo amplamente divulgado nas redes sociais e conta com blog (www.marchadamaconha.org), twitter (@marchamaconharn) e comunidade no orkut (Marcha da Maconha Natal 2010). Em um cartaz de divulgação está]ava estampada a frase: "O álcool e o tabaco, conforme o ranking das drogas mais perigosas estão em quinto e nono lugares, respectivamente; a maconha está em 11º, qual o motivo deles serem legalizados e a maconha não?".

Marcha da Maconha reúne 500 pessoas no campus

JORNAL TRIBUNA DO NORTE
Pacífica. Foi assim a 1º Marcha da Maconha realizada no Rio Grande do Norte. O evento ocorreu no final da tarde de ontem, na praça Cívica  da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em Natal, durante a XVI Cientec - Semana de Ciência, Tecnologia e Cultura e da 62ª Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência realizada na  Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Mais de 500 pessoas participaram do movimento. A caminhada começou às 16h40 e terminou às 17h45 em frente à reitoria da universidade. Com o objetivo de descriminalizar a maconha, o manifesto aconteceu em clima de paz. Além da Polícia Militar, agentes da Polícia Civil descaracterizados estiveram na marcha. O helicóptero Potiguar I,  da Secretária de Segurança Pública e Defesa Social sobrevoou a região. Não houve confusões, prisões ou apreensões. 

Sorridentes e com a certeza de que o movimento é importante jovens, adultos e até representantes da melhor idade participaram da movimentação. Um dos cartazes que mais chamou a atenção foi do jornalista Alex de Souza. “Fume orégano”. “Para não fazer apologia à maconha faço à culinária”, disse.

Despojada, a estudante de biologia da UFRN Lana Silveira, 20, usava um colar onde o pingente era uma folha grande da erva. A jovem afirmou ser usuária e disse que os pais também aprovam a legalização da maconha no Brasil. “As pessoas que são contra nem sabem porque são. A proibição gera violência”, argumenta.

Antônio Santos, funcionário público faz uma comparação com o presidente da República. “Se o Lula pode beber, cair e levantar, qual o problema da legalização da maconha? O álcool mata mais”, acredita.   

O estudante de cursinho Tauã da Cunha, 18 diz que não é usuário, mas que apoia a causa. “É uma movimentação de cunho social. A legalidade quebra as pernas dos traficantes”.

O tenente coronel Alarico Azevedo subcomandante do policiamento metropolitano enfatizou que não houve aumento de efetivo durante a Marcha da Maconha. “Nosso efetivo está trabalhando normalmente. É uma democracia. Só não podemos permitir o consumo ou a venda da droga, mas todos têm o direito de ir e vir”. E, foi exatamente isso que aconteceu. Cada um se expressou da melhor maneira, sem ultrapassar limites. Grafiteiros também participaram do evento. Membros do grupo Pau e Lata (projeto de educação musical)  estiveram presentes na manifestação e tocaram para os participantes.

Para uma das coordenadoras da marcha, Leilane Assunção, 29, doutoranda em Ciências Sociais, a proibição fortalece o crime.  A estudante enfoca que o maior  problema é o preconceito. “Há estudos que mostram que não existe danos ao cérebro para quem usa maconha”.

Leilane vai mais fundo e cita alguns exemplos: “jornalistas e artistas de um modo em geral. A vanguarda intelectual usa a erva”.

A estudante disse ainda que é usuária de maconha e que começou a usufruir da erva após a fase adulta. “Reconhecemos a existência de  um grupo de risco. Não estamos entregando panfletos para adolescentes, pois eles ainda estão com os pulmões em formação. Não estão prontos para tanta combustão”.    

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Os pés de maconha e os olhos da lei

Para enxergar além dos fatos
HUMBERTO MAIA JUNIOR E THIAGO CID
REVISTA ÉPOCA



Os dez pés e as oito mudas de maconha encontrados pela polícia na casa do músico Pedro Caetano, baixista da banda de reggae Ponto de Equilíbrio, provocaram uma reação inédita no país: um grupo de neurocientistas divulgou uma carta pública pedindo a revisão da lei sobre drogas no Brasil. Caetano foi preso em Niterói, no Rio de Janeiro, por cultivar maconha. Ele se diz usuário. A Justiça o vê como traficante. O caso mostra a dificuldade de aplicar a Lei nº 11.343, de 2006, que deixa aos juízes a tarefa de distinguir quem apenas consome a droga de quem a vende.

“A discussão ampla do tema é necessária e urgente para evitar a prisão daqueles usuários que, ao cultivar a maconha para uso próprio, optam por não mais alimentar o poderio dos traficantes de drogas”, diz um trecho da carta, assinada por Cecília Hedin-Pereira, Stevens Rehen e Sidarta Ribeiro, diretores da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento, entidade com 1.500 associados.

O grupo se junta a intelectuais, artistas e políticos que já se manifestaram pela legalização da maconha – incluindo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que faz coro aos ex-presidentes César Gaviria, da Colômbia, e Ernesto Zedillo, do México.

Até o começo do século XX, a maconha era liberada em quase todo o mundo. Chegou a ser vendida no Brasil como “Cigarros Índios”, indicados contra insônia, asma e outros problemas respiratórios. Só em 1937, com a aprovação pelo Congresso dos Estados Unidos do Ato Fiscal da Maconha, a droga passou a ser ilegal. A partir de então, outros países a baniram.

O consumo da maconha em caráter medicinal tem longa história: foi iniciado pelos chineses há 9 mil anos. Seu uso como droga capaz de alterar a consciência é um pouco mais recente: data de 3000 a.C. O cânhamo, fibra extraída da Cannabis sativa, tem sido usado há séculos para fabricar livros e tecidos – inclusive das caravelas usadas por Portugal e Espanha nos descobrimentos.

No Brasil, consumir maconha é crime. Mas a lei estabelece penas diferentes para quem trafica (sujeito a um mínimo de cinco anos de cadeia) e para quem consome (leia o quadro abaixo). A lei só não fixou parâmetros claros para definir quem é quem. “É preciso haver um conjunto de provas para saber quem é usuário ou traficante”, diz Sergei Cobra Arbex, advogado criminalista e diretor da OAB-SP. Mais importante que uma lei detalhada, diz, é o juiz se basear no trabalho de investigação da polícia.

FONTE